
Em setembro de 2020, a Fiat voltou à liderança de mercado graças ao sucesso da Nova Strada. De acordo com dados da Fenabrave, a marca obteve quase 20% de participação do mercado e uma vantagem de 2 pontos percentuais para a segunda colocada, a Volkswagen. Embora a montadora italiana tenha ocupado a liderança esporadicamente em outros meses desde que perdeu o posto para a Chevrolet, um desempenho tão sólido assim não era visto desde 2015, quando a Fiat ainda era líder de mercado no consolidado.
Como era o mundo da empresa naquela época? A seguir, você confere em dez itens um gostinho do que a Fiat era cinco anos atrás — e o que a retomada da liderança pode ajudar a trazer de volta.
1. Palio e Onix brigavam pela liderança

Em 2014, o Palio fechou o ano como carro mais vendido do Brasil pela primeira vez. O carro-chefe da Fiat, porém, foi perdendo espaço para o Chevrolet Onix ao longo de 2015. No fim daquele ano, o placar foi de 125.931 para o Chevrolet e 122.364 para o Fiat, de acordo com dados da Fenabrave.
➡️ Confira aqui 5 momentos para relembrar a história do Fiat Palio.
2. A Chevrolet se consolidava no segundo lugar, deixando a Volkswagen em terceiro

A GM também já dava indícios de que assumiria a liderança, pois no segmento de veículos de passeio ela passou a Fiat: 15,59% vs. 14,90% de participação. Mas, ao juntar os comerciais leves, a Fiat ainda era líder: 17,73% vs. 15,66%.
3. O presidente da empresa, no Brasil, ainda era Cledorvino Belini

A Fiat Chrysler tinha acabado de ser formada, em 2014, e Cledorvino Belini ainda era o nome forte da Fiat no Brasil. Foi ele que tornou rentável a liderança da empresa no início dos anos 2000 e renovou toda a gama da marca, sempre apostando em carros que também eram vendidos na Europa. Porém, aos poucos foi perdendo espaço para Stefan Ketter, responsável pela implementação da Jeep no Brasil. O engenheiro, no entanto, não durou muito no cargo após as baixas da Fiat: saiu de cena em 2018, dando espaço para o italiano Antonio Filosa.
4. Na Europa, a novidade era o Fiat 500X…

O SUV da grife 500 foi apresentado em 2014 e chegou aos Estados Unidos em 2015. Logo, se tornou uma sensação na Itália, sendo o SUV mais vendido do país. Para saber mais sobre ele, escute o episódio 6:
5. …e no Brasil, era o Jeep Renegade

Enquanto nós, aqui, sonhávamos com o 500X, a FCA lançava o Jeep Renegade. O modelo foi apresentado com pompa no Salão do Automóvel de São Paulo em 2014 — inclusive com a vinda de Mike Manley, então diretor global da marca Jeep, que em 2018 assumiria como CEO do grupo — , mas as vendas só começaram em março de 2015. Com quase 40 mil unidades emplacadas ao longo do ano, foi o segundo SUV mais vendido do país, atrás apenas do Honda HR-V.
6. O site da Fiat era este:

7. Sim, a Fiat ainda tinha 500, Bravo e Freemont como seus carros topo de linha

Mas eles já davam sinais de que estavam em fim de linha. O Freemont até chegou a vender bem, mas os novos SUVs que estavam chegando o tornaram um produto antiquado, com apenas 1.438 emplacamentos em 2015. Outro problema foram as cotas de importação do México, que limitavam os números de vendas dos carros trazidos de lá. O Fiat 500, após um boom nas vendas, também foi assolado pela medida: fechou o ano com pouco mais de 2 mil carros vendidos. O Bravo, que nunca foi um sucesso, fechou o ano com número similar: 2.795 emplacamentos — enquanto o hatch médio mais vendido naquele ano foi o Ford Focus, com 12.910 carros.
8. E estas miniaturas ainda representavam bem a gama da marca:

O Punto fechou o ano com mais de 16 mil emplacamentos, ficando atrás do Ford Fiesta e do Citroën C3, mas ainda era um bom número. O Palio tinha quase 25% do seu segmento. E o Linea tinha acabado de ser reposicionado, para brigar mais com Honda City do que com Honda Civic, fechando o ano com um leve aumento nas vendas, mas ainda longe de seu auge, quando chegou a brigar pelo pódio do segmento ao ser lançado, em 2008.
9. Ainda existia vida além dos SUVs…

Em 2015, de acordo com a Fenabrave, SUVs representavam 14,82% do mercado — em comparação com o ano anterior, eles cresceram 4 pontos percentuais. Mas outros segmentos ainda tinham expressão: sedãs médios eram 8,83% do mercado, monovolumes — como Doblò e Idea — tinham 3,18% e hatches médios já estavam em queda (de 3,61% em 2014 para 2,92% em 2015), assim como as peruas (que saíram de 1,04% em 2014 para 0,9% do mercado em 2015). Em 2019, SUVs representaram 26,59% do mercado, enquanto todas as outras categorias citadas, com exceção dos 5,81% de participação dos sedãs médios, não tiveram mais de 2% do mercado — a de SWs compactas, por exemplo, até deixou de existir com o fim de Weekend e Spacefox.
10. A Strada era líder das picapes e dos comercias leves, com mais de 55% de participação no segmento de picapes compactas

Porque algumas coisas nunca mudam, né…
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