5 momentos para conhecer a história do Fiat 500

Sessenta anos de história transformam o 500 no nome mais longevo da Fiat. Agora, ele encara o desafio de ser elétrico. (Fiat/Divulgação)

O Fiat 500 é um clássico no mundo automotivo. Seu estilo simpático e descolado rende fãs pelo mundo todo, pois transmite o espírito italiano como quase nenhum outro carro. Vendido no Brasil em sua segunda geração, de 2009 a 2016, o \”carrinho\” também foi capaz de despertar essa paixão nos brasileiros.

Bateu saudades de ver o 500 à venda nas lojas da Fiat no Brasil, não? (Fiat/Divulgação)

Mas, como estamos vendo ao longo dos episódios dessa temporada do Três e Meio, que vêm contando a história do surgimento da Fiat, esse clássico já passou por muitas fases — quase todas marcadas por um grande sucesso. Será que você conhece todas elas?

O Topolino era o menor carro do mundo em produção à época. (Fiat/Divulgação)

1. Fiat 500, o Topolino (1936–1948)

Em 1936, o mundo viu surgir o menor carro de produção feito até então. Trata-se do Fiat 500. Os italianos logo o apelidaram de Topolino, o nome do Mickey Mouse na Itália, em virtude do seu design simpático e muito moderno para a época, inspirado no Fiat 1500 do ano anterior (ouça no episódio 4 a história completa). A Fiat vendia o carro por menos de 10 mil liras, o que permitiu que famílias que nem imaginavam ter um carro pudessem comprá-lo. O sucesso foi enorme: foram produzidas 122 mil unidades do carro, e ele ganhou uma sobrevida com as versões 500B e 500C, que trouxeram novo motor e nova suspensão, permanecendo à venda até 1955. Também teve uma versão station wagon, o 500 Giardiniera. Somando todas as derivações, foram quase 520 mil unidades produzidas.

A \”Nuova 500\” virou um símbolo de italianidade e, hoje, é até item de museu, exibido no MoMa, em Nova York. (Fiat/Divulgação).

2. Nuova 500, o ícone (1957–1975)

Com o objetivo de repetir o sucesso do Topolino em tempos de reconstrução do pós-guerra, a Fiat desenvolveu um novo 500, lançado em 1957. É difícil de acreditar que o carro, que viria a se tornar o ícone que hoje conhecemos, não agradou tanto na sua aparição inicial, e a Fiat teve de correr para fazer ajustes que viriam em uma nova versão. Apesar de compacto, o novo 500 trazia práticas modernas do mundo automotivo: chassi único, suspensão independente e motor traseiro — o primeiro a ar lançado pela Fiat. Teve versão Sport, com teto solar, station wagon e de luxo (o 500L). Passou por três atualizações, sendo rebatizado de 500D, 500F e 500R (de \”revisado\”). Ao todo, foram mais de quatro milhões de unidades produzidas!

Apesar de não muito conhecido, o Cinquecento dos anos 1990 tinha importantes inovações. (Fiat/Divulgação)

3. Cinquecento, o esquecido (1991–1998)

Sim, existiu um 500 nos anos 1990, mas muita gente não o conhece. Na verdade, sejamos justos, este aqui é o Cinquecento, por extenso mesmo. Ele foi lançado como sucessor do 126, que era um carro menor do que o nosso 147, portanto um \”ultracompacto\”. Produzido na Polônia, utilizou os modernos motores 0.7 e 0.9, montados longitudinal e transversalmente, e era homologado para levar cinco pessoas, tendo 3,22 metros de comprimento — contra 2,97 m do 500 de 1957 e 3,56 m de um Fiat Mobi. Contava ainda com versões que traziam ar-condicionado de série e, em 1996, ganhou uma derivação da versão Sporting voltada para o rally. Mas nada se compara à oferta de uma versão elétrica — sim, em plenos anos 1990! Ela foi vendida de 1992 a 1998 e contava com baterias que podiam ser recarregadas em qualquer tomada de 220 volts, mas tinha espaço para apenas duas pessoas.

O Fiat 500 de 2007 é um sucesso até hoje, em parte pela grande variedade de versões. (Fiat/Divulgação)

4. Fiat 500, a releitura (2007–)

Inspirado no conceito Trepiùno, de 2004, que levantou grande interesse do público e de jornalistas, um novo 500 foi lançado em 4 de julho de 2007, portanto, exatos cinquenta anos após o lançamento do ícone de 1957. Produzido na base do Panda e com 3,54 metros de comprimento, este aqui logo fez um enorme sucesso — e é, até hoje, o líder do segmento A na Europa. Esse sucesso foi importante para a Fiat, pois a montadora conseguiu fazer do 500 um carro mais rentável do que os demais do segmento de entrada, enterrando de vez a forte crise que começou a se esvair com o lançamento do Grand Punto em 2005. Além disso, ela lançou uma infinidade de versões especiais, algumas com nomes importantes, como Gucci, Diesel e Riva, tornando-o um verdadeiro ícone fashion. Foi o primeiro carro a utilizar o novo (agora já antigo) logo da empresa — com ele, a Fiat abandonava o azul e voltava às raízes do vermelho. A estreia fez sentido, afinal, o novo 500 apostava fortemente no estilo retrô, com linhas que assumidamente fazem tributo ao 500 de 1957.

Agora, a Fiat quer levar o seu compacto para um novo patamar. Será que o 500 elétrico vai fazer o mesmo sucesso? (Fiat/Divulgação)

5. New 500, a reencarnação (2020 — )

Em 2020, a Fiat lança uma nova geração de seu grande sucesso. Apesar de ter vendido o pouco rentável 500e em 2010 e de ter acabado de apresentar o 500 Hybrid na Europa, a montadora tomou a ousada decisão de transformar o 500 num carro exclusivamente elétrico. Ele ficou maior, mais sofisticado e mais caro. Agora em sua terceira \”encarnação\”, de acordo com a Fiat, o objetivo é protagonizar a revolução sustentável dos carros, transformando veículos elétricos em uma moda descolada e com mais emoção, como só um 500 é capaz de fazer. São 320 km de autonomia, carregamento rápido capaz de fornecer 50 km em 5 minutos, adaptadores de tomada, nível 2 de tecnologias autônomas e até um serviço que permite você dirigir outros carros da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), como um Alfa Romeo ou Maserati. A Fiat aposta tudo no carro, mas o preço é salgado mesmo para os padrões europeus. Será que ele repete o sucesso dos outros 500? Esse foi o assunto do segundo episódio do Três e Meio!

O Fiat 500 de 2007 marcou o retorno da Fiat aos Estados Unidos, onde foi vendido o primeiro 500e — sim, aquele da polêmica de Sergio Marchionne, que disse perder dinheiro a cada unidade vendida. (Fiat/Divulgação)

Outros 500

Na verdade, desde o fim da Primeira Guerra Mundial a Fiat lançou uma série de modelos que teriam, de alguma maneira, 500 em seu nome. O primeiro foi chamado de 501. Lançado em 1919, ele foi a primeira resposta da Fiat no pós-guerra à demanda por carros menores e mais baratos. Além disso, teve boas vendas em mercados internacionais e, até 1926, foram produzidas 45 mil unidades.

A família 500 já foi bem grande… Esse aí é o 501, de 1919. (Fiat/Divulgação)

Depois vieram 505 e 510 (1919–1925), 520 Super-Fiat (1921–1922) — o primeiro e único carro da marca a usar um motor V12 —, 519 (1922–1927), 502 (1923–1926), 509 (1925–1929), 503 e 507 (1926–1927), 512 (1926–1928), 520 (1927–1929) — que resgatou o nome do Super-Fiat, mas com um motor mais singelo de seis cilindros —, 521 (1928–1931), 525 (1928–1931), 514 (1929–1932), 515 (1931–1934), 522 (1931–1933), 524 (1931–1934), 508 (1932–1938) — o Fiat Balila — , 518 (1933-1938) e 527 (1934–1936). Ufa!

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