Futuro Argo, Grande Panda elétrico custa 15 mil euros na França

Substituto do Argo, novo hatch da Fiat tem freios a disco nas quatro rodas e é 100% elétrico na Europa. Preços, equipamentos e ficha técnica foram enfim divulgados. (Divulgação)

Ontem (08/10), a Fiat anunciou que começaria a aceitar pedidos pelo novo Grande Panda na Europa, iniciando pelos mercados francês e holandês. Agora já sabemos quais serão as versões, os preços, os equipamentos e até as cores do hatch que dará origem ao substituto do Fiat Argo no Brasil.

Por enquanto, apenas duas versões estão disponíveis, sempre com conjunto elétrico: a mais completa La Prima e a (RED), focada em custo-benefício. Aliás, chama atenção o fato de a marca ter escolhido prosseguir com a estratégia de lançar primeiro as versões elétricas — algo que já havia ocorrido com o Fiat 600 e não deu muito certo.

Entre os grandes destaques do Grande Panda, está o cabo integrado para recargas de longa duração — algo inédito na indústria. (Divulgação)

No entanto, França e Holanda são justamente os países em que o modelo maior da linha 500 teve um desempenho mais animador, então isso pode explicar a decisão da marca de ter iniciado a venda do Grande Panda nesses mercados.

Sendo assim, o Grande Panda tem bateria de 44 kWh e um motor elétrico de 113 cv e 12 kgfm de torque, oferecendo até 320 km de autonomia no padrão WLTP em ciclo misto. O 0 a 100 km/h é feito em 11 s e o tempo de recarga varia entre 21h55 (tomada doméstica) e 2h55 (carregador de 11 kW), com a recarga rápida de 20 a 80% feita em até 33 minutos.

Fiat Grande Panda tem medidas similares ao atual Argo e ao Citroēn C3. (Divulgação)

Quais as dimensões do Fiat Grande Panda?

Como vimos no episódio 73, a Fiat já havia revelado a maior parte das dimensões do Grande Panda, mas faltava o entre-eixos — não falta mais. O hatch compacto da marca italiana tem 2,54 m, ou seja, a mesma medida do Citroën C3 que lhe deu origem.

Fora isso, são 3,99 m de comprimento, 1,57 m de altura, 1,76 de largura e 361 litros de capacidade no porta-malas (provavelmente no sistema volumétrico, e não no VDA, que é o mais comum). Para se ter uma ideia, o atual Fiat Argo tem, respectivamente, 3,99 m, 1,50 m e 1,72 m. Já no porta-malas, o hatch brasileiro leva 300 litros, mas no padrão VDA; o Fiat Pulse leva 370 litros no padrão volumétrico.

Por fim, vale dizer que o Grande Panda pesa entre 1.536 e 1.550 kg, a depender da versão. É bem mais que os 1.095 kg do Fiat Argo 1.0, mas por conta do peso das baterias.

Ao contrário de Pulse e Fastback, Fiat Grande Panda tem freios a disco nas quatro rodas mesmo na versão mais acessível. (Divulgação)

Freios a disco nas quatro rodas e seis airbags: os equipamentos do Fiat Grande Panda

Em termos de equipamentos de segurança, o novo hatch da Fiat deixa para trás até mesmo os nossos SUVs — ao menos no mercado francês. Por lá, freios a disco nas quatro rodas e seis airbags são itens de série em todas as versões do hatch aventureiro.

Além disso, o modelo traz também pacote ADAS com sensor de fadiga, alerta de mudança de faixa com correção, frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres e ciclistas e leitor de placas. Esses são itens obrigatórios em toda a União Europeia.

Ao contrário do Citroën C3 vendido na Europa, o Fiat Grande Panda tem central multimídia e painel digital de série em todas as versões. (Divulgação)

Central multimídia de 10,25 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, duas entradas USB do tipo C, cluster digital com tela de 10 polegadas, sensor de estacionamento traseiro, chave canivete, ar-condicionado, faróis e lanternas de LED e bancos e volante com regulagem de altura são outros itens de série do modelo.

A versão mais cara La Prima agrega itens como sistema de navegação embarcado, câmera de ré, ar-condicionado digital e automático, retrovisores externos com rebatimento automático, retrovisor fotocrômico e carregador de smartphone por indução. Como opcional, ainda é possível equipar o modelo com bancos e volante aquecidos.

Na Europa, são sete opções de cores — nenhuma delas é o cinza.

As cores do Fiat Grande Panda: só tem colorido?

Na Europa, a Fiat não oferece mais tons de cinza em sua gama — bem diferente do que acontece no Brasil. Com isso, há sete opções de cores para o Grande Panda.

Entre elas, estão Rosso Passione (vermelho sólido), Giallo Limone (amarelo metálico), Verde Azure (verde metálico), Bronze Luna (marrom metálico) e Blu Lago (azul metálico). Mas, calma, ainda existem os bons e velhos tons de branco (Bianco Gelato) e preto (Nero Cinema), ambos sólidos.

Porém, o vermelho é de série na versão (RED), enquanto o amarelo é a opção gratuita na La Prima. O custo das cores opcionais é de 700 euros.

Bancos da versão La Prima são mais bem trabalhados, mas cores do interior são basicamente as mesmas em ambas as versões. (Divulgação)

Como é o acabamento do Fiat Grande Panda?

O que chama a atenção é que a Fiat pouco simplificou o acabamento entre as diferentes versões do Grande Panda — ao menos nesse início.

Em ambas as versões, painel, bancos e portas apresentam peças com materiais de origem reciclada e tons de azul, verde e bege, além de black piano. Os bancos da versão (RED) são um pouco mais simples, enquanto a La Prima traz o Bambox — um compartimento para armazenamento de objetos feito com fibra de bambu.

Maior diferença entre as versões de entrada e de topo estão nos bancos, Bambox e rodas.

A maior diferença é no visual externo, já que a versão (RED) traz rodas de aço aro 16 com estilo bastante simples e retrô. Já a versão La Prima apresenta uma estilosa roda de liga aro 17 que lembra a do Uno 1.5R.

Quanto custa o Fiat Grande Panda?

Os preços do Grande Panda podem variar de acordo com cada mercado europeu, especialmente na versão elétrica, em virtude dos incentivos.

Fiat Grande Panda tem a proposta de ser um B-hatch acessível: descolado, sim, mas também ideal para uma família. (Divulgação)

Ainda assim, a Fiat divulgou como preço de base para a versão (RED) 24.900 euros, enquanto a La Prima sai por 27.900 euros. Ou seja, cerca de R$ 150 mil a R$ 170 mil em conversão direta.

Na França, com todos os incentivos disponíveis hoje, o modelo sai por 15.900 e 18.900 euros, respectivamente; em conversão direta, algo entre R$ 96 mil e R$ 115 mil. Nada mau.

Faróis e lanternas de LED são de série em todas as versões e fazem parte da personalidade do Grande Panda. Será que serão mantidos no Brasil? (Divulgação)

Mas só vai ter elétrico?

Não. A Fiat já anunciou que o Grande Panda também estará disponível em versões híbridas-leves de 48 volts na Europa. A grande questão é se isso vai acontecer ainda este ano — especialmente na Itália, onde a marca passa por maus bocados e carros elétricos ainda são muito caros — ou apenas em um segundo momento, em 2025, quando a gama do modelo estará completa.

Por aqui, a nossa versão do Grande Panda ainda deve ter opções a combustão ou ao menos híbrida-leve de 12 volts, que estreará no mês que vem no Pulse e no Fastback. O mais provável é que o novo hatch da marca use esse sistema mais simples, seja com os motores 1.0 e 1.3 Firefly aspirados ou com o Turbo 200.

Interior estiloso e cheio de referências à história da Fiat acaba sendo item de série nas duas versões à venda hoje. (Divulgação)

Quando chega ao Brasil?

O Grande Panda é o primeiro modelo da nova linha global de produtos da Fiat. A marca prometeu que, depois de França e Holanda, “outras regiões do mundo” serão contempladas “gradualmente” nos próximos meses. Vale dizer, no entanto, que a Fiat ainda não divulgou quando entregará as primeiras unidades.

No Brasil, a versão nacional deve substituir o Fiat Argo e, talvez, o Fiat Mobi, estando em aberto como ele se chamará. No entanto, a Stellantis já anunciou que isso só vai ocorrer em 2026. Você está ansioso para saber como será o Grande Panda produzido em Betim?